quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Disclaimer não dói.

Quem me conhece sabe que sempre curti um disclaimer. Até quem nunca leu nenhum escrito meu, mas conversa comigo seja em meio eletrônico, seja no (so-called) mundinho real, sabe que gosto de tuuuudo explicadinho nos míííínimos detalhes. Por isso, dá pra dizer que o primeiro disclaimer do JDO tava demorando pra sair.

Mas saiu.

Tenho cá meus marcadores pros posts. Um deles é "Ferris", outro é "Cameron". A fuça de Cameron, aliás, vem escrachada aí em cima, ilustrando o blog de um jeito tão fiel e verossímil quanto autocrítico e autoparódico. Vai entender melhor quem, como eu, é fã do indefectível Ferris Bueller (se você é da geração Y e não assistiu esse filme, tá perdoado mas corra pra baixar - na "minha época", eu diria "corra pra locadora"; se você é team X como eu, e o desconhece, aí você tá mal, mizfio) e de seus melhores amigos, Cameron e Sloane. 

Ferris era um cara ultrapop no colégio, apesar de ir contra o estereótipo do jock de quem todas as meninas são a fim: baixinho, magrelinho, imberbe. Porém, todo mundo o conhecia, todo mundo queria ser amigo dele (o único spoiler que vou dar é que todo mundo queria salvá-lo!) e de quebra ele ainda pegava Sloane, a gatcheenha da turma. 

Já Cameron era o oposto: grandão, bobão, caladão... e o melhor amigo de Ferris. Há quem ache que aquele era um tipo de capacho deste. Sabe aqueles amigos interesseiros que querem ir na sua casa só porque lá tem piscina, videogame legal e Stolichnaya? Então. Ferris, o esperto, se aproveitava um pouco da parvalhice do outro, mas se formos computar prós e contras, até que era um bom amigo. 

Deu pra entender? A tag Cameron equivale a losers. E a tag Ferris equivale a winers. Com apenas um n mesmo, como nas sábias palavras da sensacional @policiasurpresa: jovens se alguém te chamar de losers porque você ficou no sábado em casa à noite saiba que a @policiasurpresa acha você um winers. Criei esse blog há uns meses, no que eu achava que era o auge de um momento Cameron - cara, mal sabia eu. Feio, né, dizer que a gente se sente "um losers" pra todo mundo ler? 

Ontem, coincidentemente, um amigo postou no Facebook um texto do Marcelo Gleiser publicado na Folha, que fala sobre o fracasso. Outra pessoa comentou, copiando na íntegra o super pertinente Poema em linha reta, de um autor chamado Álvaro de Campos, que para os íntimos pode também atender pelo nome de Fernando Pessoa. Vale notar que um é professor em Dartmouth, o outro é Fernando Pessoa, e eu fugi da escola e estou falando de filme da sessão da tarde. Porém, dá um quentinho aqui dentro saber que gente tão eminente abraçou o próprio lado loser, ainda mais depois de ir ao restaurante por quilo e ouvir de um engravatado na mesa ao lado que ele "nunca se arrependeu de nada". Desisti, senhoras e senhores, de ter vergonha da minha gordinha lista de arrependimentos, que às vezes dá umas crescidas e vai de encontro a essa mentalidade tão evoluída de gente que nunca fez merda. Também eu abracei meu Cameron interior.

Ferris, Cameron, Gleiser, Pessoa/Campos e Eliezer (yeah, baby, yeah!) dão o testemunho: #fail happens. Aqui, vai acontecer muito, atenção aos marcadores. Mas que a gente vai rir também, vai. Prometo.


imagem daqui

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